Filmes de “crime” sempre despertam em nós a curiosidade própria que o tema o faz na sociedade: tratam sempre de eventos que, na medida em que são desvendados, nos fazem explorar os recônditos mais profundos, complexos e paradoxais do ser humano.
Em “Um Crime de Mestre”, filme dirigido por Gregory Hoblit – o mesmo de “As Duas Faces de um Crime”, que contou com a estreia do talentosíssimo Edward Norton e ótima atuação do já consagrado Richard Gere – acompanhamos o intrigante embate entre Ted Crawford (Anthony Hopkins) e Willy Beachum (Ryan Gosling) que inicialmente parecia ser “simples”.
Ted descobrira que sua esposa o havia traído e por isso atira contra ela na cabeça, confessando o crime desde o início. O caso é distribuído para Willy, jovem e promissor Promotor de Justiça que já estava fazendo sua transição de carreira, encaminhando-se para um grande escritório de advocacia onde “trocaria de lado no balcão”, deixando seu histórico de condenações intacto.
Todavia, na medida em que o caso não se desenvolve de forma simples – a condenação após a confissão – o Promotor passa a se deparar com um verdadeiro estrategista do outro lado da mesa do Júri, que inicia sua performance ao indicar que “faria sua própria defesa”, algo que é possível no Sistema de Justiça dos Estados Unidos.
O filme tem um roteiro robusto, com diversas “viradas de mesa” entre os personagens, sendo não só um ótimo filme de tribunal como também um excitante thriller que captura habilidades de diferentes agentes do sistema de justiça em torno da trama criada por Ted para construir o caminho do assassinato a sua absolvição.
Por: Fernando Henrique Cardoso Neves
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