LES CHOSES HUMAINE, na tradução direta “as coisas humanas”, com a tradução adaptada de “A Acusação” é um longa metragem de Yvan Attal que traz diversas camadas paradoxais que complexificam os sentimentos pelos personagens, o que para um filme de tribunal, é um prato cheio para a modulação das sensações dos telespectadores.
A história gira em torno de Jean, um jovem de 20 anos que visita Paris para encontrar os pais entre suas férias de uma prestigiada universidade estadunidense.
Seu pai é apresentado como um magnata da mídia francesa, mulherengo e seguindo as caricaturas de um senhor de idade que se envolve com mulheres jovens, como no início do filme, com sua “nova estagiária”. Sua mãe, por sua vez, uma mulher bem mais jovem que o pai, já divorciada do mesmo, é uma intelectual e ativista do movimento feminista, cuja primeira aparição é num debate de televisão, onde advoga pela punição severa de “homens abusadores”.
Na visita, Jean conhece a filha do atual companheiro de sua mãe, de 18 anos de idade. Ao se conhecerem em um breve jantar, ela o acompanha em uma festa de uns amigos.
No dia seguinte, Jean é acordado pela polícia parisiense em sua rotina de procedimentos em casos de violência contra a mulher, e a partir daí o filme se desdobra por todo o processo criminal até o seu fim. Para além das camadas iniciais do filme, assim como pela posição de pais de vítima e algoz dentro do sistema de justiça criminal, A ACUSAÇÃO é um filme que nos conta uma história multifacetada sobre versões de um acontecimento em meio ao sistema de justiça criminal francês, um ótimo filme de tribunal que traz as questões da violência contra a mulher em diferentes perspectivas.
Por: Fernando Henrique Cardoso Neves
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